terça-feira, 31 de dezembro de 2013

▬ Coração Selvagem - ( Wild at Heart, 1990)

Direção: David Lynch
Elenco: Nicolas Cage, Laura Dern, Willem Dafoe, J.E. Freeman, Diane Ladd.

" -Mas sou um ladrão.
E um homicida.
E não tive orientação materna ou paterna.

-Ela lhe perdoou tudo.
Você a ama.
Não tenha medo, Sailor.

-Mas ... tenho um coração selvagem!

-Se tem um coração selvagem de verdade,
Vai lutar por seus sonhos.
Não fuja do amor.
Não fuja do amor."

Sempre pegava pedaços desse filme, mas nunca o entendia. Até que resolvi assistir o filme por completo, e então agora sim, pude compreender o longa. A obra trata-se um road movie, só que com elementos de fantasia vindo do clássico de " O Mágico de Oz". E ao meu ver, o resultado ficou ótimo.

Na trama temos um casal louco e completamente apaixonado, composto por Sailor (Nick Cage) e Lula ( Laura Dern). Os dois se amam desesperadamente, mas a mãe de Lula não aprova o relacionamento, e por esse motivo acaba contratando um assassino profissional para ir no encalço deles e assim matar Sailor. Enquanto o casal foge e viaja, eles vão descobrindo muitas coisas além do que imaginavam sobre si mesmos.
O interessante do filme, é o desenvolvimento dos personagens. Sailor e Lula já se conhecem há um bom tempo, mas no decorrer da história, fica evidente que todas as pessoas tem segredos e fica aquela questão: Será que realmente sabemos quem as pessoas são? Já que o próprio Sailor diz que todos temos segredos. A alusão à OZ é bem divertida e deixa um ar a mais na obra. As coisas não estão ali de graça, elas estão ali para representarem algo que está realmente acontecendo. E outra coisa, como é bom rever Nicolas Cage em boa forma, tinha me esquecido que ele já havia feito trabalhos bons, pois os últimos...
Além dos protagonistas inspirados, os coadjuvantes também não deixam por menos. O filme conta com a genialidade da direção de Lynch, uma trilha sonora marcante ( nas cenas do carro principalmente), o que torna o longa bem marcante e divertido. Vale a pena embarcar nesse viagem pela estrada de tijolos amarelos.

domingo, 29 de dezembro de 2013

▬ Estômago - (2007)

Direção: Marcos Jorge
Roteiro: Marcos Jorge, Lusa Silvestre, Cláudia da Natividade e Fabrizio Donvito.
Elenco: João Miguel, Fabíula Nascimento, Babu Santana, Carlo Briani, Zeca Cenovicz

Uma história banal, comum, mas que se for bem contada, pode dar um belo filme. Estômago é um exemplo disso, usando os ingredientes clichês, soube misturar tudo é o resultado ficou excelente.

Na trama temos duas narrativas envolvendo o protagonista Raimundo Nonato (João Miguel). Na primeira vindo da Paraíba para São Paulo em busca de uma oportunidade de vida melhor, acaba indo parar em um boteco. Após comer, e sem dinheiro ele acaba ficando no bar para ajudar o dono e assim pagar sua dívida. O dono acaba lhe dando um emprego ali, como ajudante de cozinha, e aí Raimundo Nonato demonstra grande habilidade para a arte culinária. Logo, ele começa a fazer coxinhas, que viram um tremendo sucesso, assim lotando o bar. Tamanha fama acaba atraindo um renomado dono de restaurante italiano, que também aprova os pratos de Raimundo e o convida para trabalhar consigo. Em paralelo na segunda, vemos ele na prisão tentando se adaptar ao ambiente da cadeia, e conforme o filme se desenrola, vamos conhecendo os motivos que o fizeram estar ali, assim encaixando as duas narrativas.
O filme é muito bem construído, recheado de bom humor mas também com seriedade, ele acaba sendo um filme delicioso de se ver e apreciar, logo se tornando um dos meus filmes preferidos, pois ele realmente me prendeu e cativou. O final é fantástico, e deixa Raimundo Nonato como um personagem marcante, pois acompanhar a sua saga foi demais, ver como o personagem se transforma ao longo da história foi sensacional. E a maneira como é apresentada a gastronomia como uma arte e as analogias com a vida, são muito bem executadas. Nunca mais irei ver uma coxinha da mesma maneira.

domingo, 3 de novembro de 2013

▬ Thor - O Mundo Sombrio ( Thor - The Dark World, 2013)

Direção: Alan Taylor
Roteiro: Don Payne, Robert Rodat
Elenco: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Stellan Skarsgård, Christopher Eccleston, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Kat Dennings, Ray Stevenson, Zachary Levi, Tadanobu Asano, Jaimie Alexander, Rene Russo, Anthony Hopkins, Chris O'Dowd, Clive Russell, Graham Shiels, Richard Whiten.

O primeiro filme eu havia achado bom, mas essa sequência, minha nossa, superou em tudo seu antecessor.

O filme dá sequência pós os eventos mostrados em Os Vingadores, a história não é nada revolucionária, muito menos impactante, mas, devido ao seu elenco e as ótimas cenas de ação e humor, o longa acaba sendo uma surpresa e tanto. Um antigo inimigo de Asgard ressurge querendo instalar as trevas sobre todo o universo, e para isso ele precisa recuperar sua antiga arma. Nesse caminho é quando os caminhos dos terráqueos e Asgardianos se encontram mais uma vez.
Parece que pegaram tudo de bom que teve no primeiro filme e trabalharam bem nisso. Ele tem ação quando tem que ter, drama consegue emocionar, e comédia está sensacional. Impossível não dar altas gargalhadas. Mas todos os elementos estão na medida certa, muito bem balanceados, resultando em um filme autêntico, que acaba impondo o universo do Thor nos cinemas.
Thor O Mundo Sombrio é um exemplo de filme de super-herói/quadrinhos, pois ao término fica aquela sensação boa e um sorriso, mostrando que você realmente se divertiu vendo aqueles personagens. A interação entre os personagens da Terra e de Asgard é bem melhor elaborada, e aqui e funciona muito bem. A batalha final entre herói e vilão foge um pouco do convencional, o que eu acabei gostando bastante, pois misturaram tantas coisas ali que ficou realmente diferente.
Ao final é claro, temos as costumeiras cenas extras, que deixam no ar novos rumos para o universo Marvel nas telonas. Aliás, o gancho que ficou para um Thor 3 me deixou deveras ansioso..

domingo, 27 de outubro de 2013

▬ Vicky Cristina Barcelona ( 2008)

Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Rebecca Hall, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Javier Bardem, Christopher Evan Welch, Chris Messina, Patricia Clarkson, Kevin Dunn, Julio Perillán e Josep Maria Domènech

Tinha escutado falar muito bem desse filme, e agora compreendi o porque. E para falar a verdade, nem sabia que era um filme do Wood Allen. rs

O filme aborda duas amigas Vicky ( Rebecca Hall) e Cristina ( Scarlett Johansson) que acabam por indo passar as férias em Barcelona. As duas se dão super bem, mas são muito distintas em um assunto: o amor. Vicky é conservadora, não se arrisca e tem a vida perfeita, tudo bem planejado, já que está noiva de um homem bem sucedido e com isso se sente segura. Cristina é o oposto, sempre impulsiva e de mente aberta para novas oportunidades.
Ao chegarem em Barcelona, acabam conhecendo um pintor famoso, Juan Antonio ( Javier Bardem), que logo se encanta por ambas as amigas. Ele as aborda, se oferecendo para ser seu guia turístico enquanto estiverem na cidade, ao mesmo tempo em que joga cantadas em cima delas, dizendo as mesmas que espera conquistá-las durante esse período. Vicky, se recusa, mas Cristina acaba aceitando a oferta de conhecer a cidade na companhia dele. E mesmo contra sua vontade, Vicky acaba indo também para acompanhar a amiga. Eis aí que o filme realmente começa.

Na trama o foco é mostrar o quanto as pessoas são diferentes em relação ao mesmo assunto, o amor. Juan Antonio é um cara que não se prende à rótulos, dizendo que sempre devemos aprender a aproveitar a vida e amar cada instante. Ele passa por um momento conturbado já que se separou de sua esposa Maria Helena ( Penélope Cruz). Cristina procura algo que dê sentido a sua vida, ela não sabe bem ao certo o que quer, mas sabe o que não quer. Vicky é sistemática, preferindo a razão aos sentimentos.
A simplicidade para falar de um assunto tão complicado é um grande trunfo do filme. Aqui, apesar de falar sobre o amor, não há aquela carga de tensão, de choro, meloso, nada disso. É um filme ágil, dinâmico e belo. E profundamente reflexivo mediante a tantos tabus impostos pelo mundo. Será que vale mais um casamento tranquilo, como se tudo fosse programado, ou, viver uma grande paixão? Quebrar essas amarras de certo ou errado perante os olhos dos outros requer coragem. Muita por sinal.

O elenco é fabuloso, a fotografia também e a direção e roteiros nem se fala. A relação mostrada da arte como uma forma de amor, de se expressar para o mundo também é marcante. E Barcelona..que cidade fantástica.
E ao final fica essa grande questão sobre essa loucura que é o amor. Juan Antonio diz que sua ex mulher falava: " Só o amor incompleto pode ser romântico." A busca pelo amor ideal o faz ser romântico. Deve ser por isso que sempre estamos procurando...procurando..porque querendo ou não, mesmo que seja o assunto mais louco, todos precisamos do amor.

sábado, 5 de outubro de 2013

▬ O Som ao Redor, ( 2012)

Direção: Kleber Mendonça Filho
Roteiro: Kleber Mendonça Filho
Elenco: Irandhir Santos, Gustavo Jahn, Maeve Jinkings, W.J. Solha, Irma Brown, Lula Terra, Yuri Holanda.

Estava com esse filme há um tempo aqui, mas sempre me dava uma preguiça de vê-lo. Após ser indicado ao Oscar, resolvi dar uma chance ao mesmo. O resultado foi um tanto surpreendente para mim, pois esperava uma coisa totalmente diferente deste filme à partir de sua sinopse.
O filme mostra uma vizinhança, e suas rotinas, ou seja ela não tem um protagonista e sim alguns e não é uma história fechada, como casualmente nos deparamos. São apenas coisas do cotidiano, ali demonstradas e vividas por essas pessoas. Então o espectador acaba embarcando junto com eles nessa história. O longa acaba mostrando exatamente isso, o convívio deles. E o quanto isso pode ser complexo. Um exemplo disso, é quando chega na vizinhança alguns homens oferecendo um serviço de segurança aos moradores, por R$ 20,00 de cada casa. Alguns, enxergam isso como uma boa opção, devido a violência que sempre nos espreita. Outros, já discordam , como o o Sr. Francisco, que é o dono de várias dessas casas, e com o esse novo serviço rondando, teme que seu "poder" seja prejudicado.Seria como se ele visse nisso que seu grande império começasse a ruir, já que as pessoas estão adotando medidas próprias de manterem suas casas seguras, como se fosse uma espécie de independência.

E o "som" propriamente dito, é realmente marcante. Por vários momentos o som define todo o ambiente que os cercam. Seja o cachorro latindo, alguém chamando no portão, uma música alta e etc.. O filme tem várias analogias, assim passando essas mensagem através do som.
Ao término do filme fiquei com uma sensação "estranha", não sabia se eu tinha gostado ou não. No dia seguinte, ao acordar fiquei lembrando do filme, e enquanto ia para o trabalho tentei entendê-lo melhor. Parado no trânsito, ouvindo as buzinas dos carros, os gritos das pessoas, acabei compreendendo melhor o filme, assim logo entendi que por trás de cada som, há um motivo, uma história.

domingo, 29 de setembro de 2013

▬ Invocação do Mal ( The Conjuring, 2013)

Direção: James Wan
Roteiro: Chad Hayes, Carey Hayes
Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Lili Taylor, Ron Livingston, Shanley Caswell, Hayley McFarland, Joey King, Mackenzie Foy

" Já nos chamaram de várias coisas. Demonologistas, Caçadores de Fantasmas, Pesquisadores do Paranormal.."

Baseado em fatos reais segundo os arquivos do casal de demonologistas, Ed ( Patrick Wilson) e Lorraine ( Vera Farmiga)Warren, que ficaram famosos por investigar casos como Amityville e Annabelle (a Boneca demoníaca que até é abordada no filme.) A obra começa mostrando o casal em uma espécie de documentário e assim apresentando o que fazem. Em paralelo, uma família se muda para um grande casarão em Harrisville. A família é composta pelo pai ( Ron Livingston), esposa ( Lili Taylor) e as suas cinco filhas. E claro, após chegarem na casa algumas coisas estranhas começam a acontecer. Em certo dia, em uma das palestras do casal, a mãe consegue falar com os mesmos e assim pede-lhes ajuda com o que está acontecendo na sua casa.
O filme tinha tudo para ser mais um, já que esse tema de casa mal assombrada todo mundo já conhece. Mas para minha felicidade, o filme consegue surpreender, e muito bem por sinal. Uma grande sacada do filme é a sua fotografia e estética, assim como as tomadas, assim logo ficamos familiarizados com a casa, os personagens, como se eles fossem "reais", e ainda somado ao fato do tom de documentário de filme ajuda a dar esse clima , e com isso o terror acaba se tornando mais familiar, como se aquilo pudesse acontecer na sua casa.

O elenco está de parabéns, eles passam uma intensidade tremenda e você acaba comprando fácil o drama pelos quais eles estão passando. Os sustos estão impecáveis, em alguns momentos você sabe que vai acontecer algum susto, mas você tenta se preparar, mas mesmo assim acaba se assustando, e todas estas cenas estão muito bem feitas.

Por tratar de temas como possessão, espíritos e afins, o filme pode soar pesado para algumas pessoas, pois no cinema no qual eu fui, os gritos sobraram e comentários como " Por que eu saí de casa para ver isso?", pessoas se benzendo, procurando algo de madeira para bater 3 vezes para isolar o mau agouro.

Por fim, eu achei o filme realmente muito, muito bom. Acredito que tenha sido um dos melhores do gênero que eu tenha tido oportunidade de assistir. E o pior,ontem na hora de dormir fiquei lembrando do filme...tsc..
" Quando a música parar, você vai vê-lo no espelho de pé atrás de você. "

sábado, 28 de setembro de 2013

▬ Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos (2009)


Direção: Paulo Halm
Roteiro: Paulo Halm
Elenco: Caio Blat, Luz Cipriota, Maria Ribeiro, Daniel Dantas.

" Por que será que eu não consigo escrever? Eu olho em volta e vejo milhares de histórias."

Eis aqui uma grata surpresa do cinema nacional. Um filme simples, de baixo orçamento, mas muito bom.

A trama nos apresenta Zeca ( Caio Blat) um aspirante à escritor, que está com um problema clássico: bloqueio criativo. Ele está em se primeiro livro, mas não consegue passar da página 50, e se sente frustrado por isso. Mas Zeca também é relaxado e acaba se deixando acomodar na situação, não fazendo nada para melhorar a sua vida. Ele é casado com Júlia ( Maria Ribeiro) uma professora obstinada, bem o oposto do marido, que vive e aceita o ócio.

Mas tudo muda quando ele acha que sua esposa o está traindo... e com uma de suas alunas. A partir daí, o filme realmente começa. E com isso, parece que Zeca "acorda" para o mundo.

O interessante é que a obra vai bem além da premissa, e explora diversos temas como a vida, a razão da existência, ceder a desejos, fazer o que é certo, amadurecimento e etc..
A narrativa e o diálogo são sensacionais, e depois ficam na sua cabeça, essas pequenas e tão sinceras reflexões. Destaque para as conversas de Zeca e seu pai, sempre conturbadas e reflexivas.
O final do filme pode soar um tanto estranho, mas eu particularmente gostei bastante, pois fez jus ao que o filme se propôs antes mesmo de começar.
“ Histórias de amor duram apenas 90 minutos, a vida possui histórias muito mais longas e interessantes."

sábado, 7 de setembro de 2013

▬ SHAZAM! - A Origem nos Novos 52

Roteiro: Geoff Johns
Arte: Gary Frank

" Billy Batson é um incômodo. Mas incômodo é algo relativo. Por séculos, a ciência governou o mundo. Agora a magia está retornando. E um mal antigo e brutal vem com ela. Se o mundo sobreviver a praga de terror no horizonte, Billy Batson deve acolher seu maior desejo. E aprender a sua maior lição. Billy deve se tornar...SHAZAM! "

A DC após um ano de publicações, resolveu fazer uma edição comemorativa nas suas HQ's, e com isso criou o mês das edições Zero, onde a intenção era contar algo do passado de seus personagens. Na edição referente a Liga da Justiça, essa edição foi dedicada a contar a nova origem de Shazam ( antigo codinome Capitão Marvel). E para a minha própria surpresa, está é uma das melhores HQs que pude ler nos últimos tempos.

A história é simplória, mas nem por isso sem graça. Muito pelo contrário. A trama tem como protagonista Billy Batson, um órfão que é um verdadeiro garoto problema. Ele vive em pé de guerra com a administradora do orfanato, já que todas as famílias o recusam, devido ao seu temperamento. Eis que surge um novo casal, que resolver adotar Billy. Ao chegar em sua nova casa, ele toma um pequeno susto, ao se deparar com seus novos irmãos, que também eram órfãos e foram adotados por esse casal.
No começo o convívio é difícil. Billy é um garoto complicado que não quer criar laços com ninguém, assim chegando a soar um tanto egoísta  estúpido, quando seus novos irmãos tentam uma aproximação. mas aos poucos, as coisas vão se acertando, e pequenos laços vão começando a serem feitos. Ao abordar isso, Geoff Johns, é simplesmente perfeito. Sério, achei demais essa nova abordagem sobre o lado pessoal de Billy, e isso aliado ao desenho soberbo de Gary Frank. A dupla criativa aqui acertou em cheio, ao mostrar esse lado do menino e as dificuldades de encontrar um lugar no mundo.

Após sermos apresentados à isso, acompanhamos a trama paralela, onde um cientista que acredita que a magia é verdadeira, corre ao redor do mundo atrás de pistas. E em uma de suas buscas, acaba por libertar o vilão Adão Negro. Na mesma medida um antigo mago está a procura de alguém para se tornar o novo Mago dessa era. E após várias tentativas em vão, diversas pessoas não foram "qualificadas" para herdar tal missão. Até que no desespero, Billy Batson acaba indo até o templo mágico.
No começo o antigo mago fica decepcionado ao olhar para Billy. De cara que que ele não pode ser o escolhido, devido ao seu comportamento problemático. O velho diz que procura alguém bom, puro, para que possa se tornar esse novo herói. E aí, ocorre um belo diálogo, um tanto filosófico, onde o próprio Billy diz ao velho, que o que ele procura não existe. Não existem pessoas sem defeito. Mas que existem pessoas que podem e tentam fazer o bem. O velho, faz mais uma avaliação, e vislumabra que Billy diz a verdade, que mesmo ele sendo um garoto problema, ele tenta ajudar os outros. E como o tempo estava correndo, o Velho não tem muita opção e lhe concede os poderes do Shazam, dessa maneira atingindo todo o potencial dentro dele, e o revertendo em poder.

Dentre os títulos desse reboot, essa nova abordagem sobre Shazam é fácil um dos melhores já lançados. Ele está na integra na edição Liga da Justiça Zero da editora Panini. Vale muito a pena.                                                                                                                                                                                          

terça-feira, 3 de setembro de 2013

▬ O Retorno de Krypto ( Revista: Superman Nº13, Os Novos 52)

" E assim o cão fantasma esperou  e esperou..Muito depois até do Estranho ter partido. Krypto esperou e esperou pelo que pareceram mil anos.. 
Pois Kal-El, Seu Kal-El, tinha prometido que voltaria.
E Kal-El, Nunca quebrava uma promessa..."

Venho acompanhando o título do Superman nesse reboot ( Os Novos 52) e posso afirmar que a revista atravessa uma ótima fase. O mix da revista da editora Panini, vem com 3 histórias: Superman, Action Comics e Supergirl. Todas essas histórias estão sendo muito bem escritas e desenhadas, dando novos rumos a mitologia ao universo do Homem de Aço.

Pois bem, Mas por que falar da edição número 13? O motivo é, que na minha opinião, esta é a melhor edição do título até agora, dentre as lançadas aqui no Brasil.

Motivos:

  • Supergirl que é uma HQ que tem um ritmo legal de acompanhar, fácil simpatizar e tem explorado bem os dramas de Kara.
  • Superman: As histórias anteriores vinham até que boas, mas não tinha um direcionamento, era como se fossem roteiros descompromissados e sem muita ambição, assim fazendo mais do mesmo, sendo que ainda assim, divertia. Mas na nessa edição a nova dupla criativa, Scott Lobdell (roteiro), Kenneth Rocafort (arte), deram um novo fôlego a trama, que promete nos próximos meses.
E por fim, Action Comics, Grant Morrison, dispensa apresentações. Vem fazendo um trabalho incrível nesse reboot, acrescento muito a nova mitologia, recontando a saga do jovem Kal-El. E em algumas edições vêm algumas historinhas complementares, como se fossem contos, assinado por  Sholly Fisch. E aqui, tanto Morrison, quanto Fisch, abordam um tema que me agradou muito, o cãozinho Krypto.
Na história principal, Superman está na sua Fortaleza da Solidão, quando é vitima de um vilão que estava preso na Zona Fantasma, o inimigo escapa e jogo Kal-El dentro da prisão. Lá, ele se depara com a crueldade de como é a Zona Fantasma, criada por seu pai, Jor-El. Em meio a tantos perigos, ele acaba sendo salvo por um cão fantasma, que ele mesmo não se recorda. Mas aos poucos, pequenos fragmentos de lembrança de quando era bebê voltam, e fazem com que ele se lembra de seu amigo e protetor de longa data, o cão Krypto. A maneira como eles se reencontram e conseguem voltar, é magnifica.
Na segunda história, de Fisch, é onde realmente emociona. As dúvidas de como Krypto foi parar lá na Zona Fantasma, ou porque ele defendeu Kal-El mesmo depois de tanto tempo, é explicada aqui nesse pequeno conto. É mostrado desde o início com Kal ainda bebê que o cão seria seu protetor. E não importasse a distância, o planeta, a era, o cão sempre seria fiel ao seu protegido. É uma história simples, mas que arranca um largo sorriso, pois sintetiza bem o que significa um verdadeiro laço de amizade.
" Algumas coisas são iguais, não importa aonde você vá. Não importa em que cidade esteja..ou que ano seja.. ou se a luz do sol no seu rosto é amarela, laranja ou vermelha.
Era uma vez...um menino e seu cachorro. "

domingo, 1 de setembro de 2013

▬ Contra o Tempo ( Source Code, 2011)

Direção: Duncan Jones
Roteiro: Ben Ripley
Elenco: Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright, Brent Skagford, Cas Anvar.

"Às vezes, precisamos de tempo para saber o que dizer."

Um filme que realmente aproveita bem os seus segundos, pois as coisas não param. Na trama um oficial ( Gyllenhaal) tem a missão de tentar descobrir quem é o terrorista que implantou uma bomba que acabou explodindo dois trens, matando centenas de pessoas. Ele tem de descobrir isso o mais rápido possível, pois o terrorista planeja fazer mais atentados.
Mas para isso, ele entra em um projeto chamado código fonte onde ele deve acessar as últimas memórias de uma dessas vítimas, os exatos últimos oito minutos da vida deste, e assim tentar salvar a cidade de um próximo ataque. O interessante é exatamente esse lance do programa do qual o protagonista participa. Ele entra na mente de uma pessoa que é "compatível" com ele. E vive aqueles oito minutos até a explosão. Então, o grande charme do filme é esse, as diversas viagens que ele faz nessas experiência de oito minutos dentro daquele trem. A cada vez que ele volta e tenta descobrir algo novo, acompanhamos isso também e vamos conhecendo novos personagens que podem estar ou não relacionados ao evento.

E o tempo aqui, mais do que nunca, é realmente muito valioso. E junto com o protagonista, a cada instante vamos tentando montar o quebra cabeça da trama e ao mesmo tempo refletindo sobre algumas coisas, já que nessas viagens, acabam acontecendo algumas coisas que são tão reais, que ele mesmo passa a questionar o que está fazendo ali, é apenas um programa de simulação ou não. E de fundo há uma subtrama que vai ganhando força no decorrer do filme envolvendo o protagonista. que assim como o espectador, tem muitas perguntas e poucas respostas.
É um filme muito interessante, e conta com um daqueles finais que você tem que parar respirar e se perguntar se não deixou nada passar desapercebido. Pois cada segundo é de extrema importância.

"- O que faria se soubesse que tem menos de um minuto de vida? 
- Faria cada segundo valer a pena!
- Eu beijaria você de novo."

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

▬ Histórias de amor...


" -Cyrano, Dom Quixote, Romeu e Julieta... antigamente as verdadeiras histórias de amor terminavam em morte.

- Eu preferia que Tristão e Isolda se casassem e que fossem felizes pra sempre.

- Se eles se amassem, se casariam.

- Tristão e Isolda não se amam!?

- Eles amam o amor. Eles gostam de se sentir apaixonados. É como uma droga.

- O vinho do amor. A paixão é uma espécie de embriaguez.

- E vira um vício. Tristão e Isolda morrem de overdose de paixão.

- Ah, e o Ministério da Saúde adverte: o amor faz mal à saúde.

- E o final feliz com o beijo só foi inventado nos romances do século XVII. O beijo no final só serve para tranquilizar todo mundo, dando ideia de que os amantes não vão mais enfrentar obstáculos. Mas sem obstáculos, o amor acaba, não há mais o que contar. Acabou o romance!

- Nem beijo, nem morte, não tem saída.

- Eu acho que a saída é não desistir de procurar saída. Mesmo que ela não exista.

- Talvez as histórias de amor sirvam pra isso.

- Isso o quê?

- Encorajar os casais a não desistirem de procurar uma saída.

- Pode ser. "

( Filme: Romance)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

▬ Romance , ( 2008)

Direção: Guel Arraes
Roteiro: Guel Arraes, Jorge Furtado
Elenco: Wagner Moura, Letícia Sabatella, Andréa Beltrão, Marco Nanini, José Wilker, Vladimir Brichta, Edmilson Barros, Tonico Pereira, Bruno Garcia

" Quem não morre de seu amor, dele não merece viver. "

A lendária e trágica história de amor de Tristão e Isolda, dá o toque do filme de Guel Arraes ( Lisbela e o Prisioneiro, O Auto da Compadecida), onde diferente dos filmes citados, nos entregou um longa mais 'sério', uma verdadeira obra sobre o amor.

A trama do filme tem início quando Pedro ( Wagner Moura) que é um ator/diretor está tentando emplacar uma peça de teatro, onde ele pretende recriar a obra de Tristão e Isolda. Logo surge Ana ( Letícia Sabatella) que também tem o sonho de ser uma atriz de teatro. De cara, ambos demonstram ter uma química e com isso acabam por interpretar os personagens icônicos, que representam o amor impossível, trágico, o casal que inspirou todos os romances que conhecemos hoje. E ao interpretá-los com tamanho ímpeto, Pedro e Ana, acabam se apaixonando.
A partir daí, os dois começam a fazer uma verdadeira reflexão de como é o amor. Se romance é diferente de paixão. O amor em todas as suas formas. Eles sabem que toda história de amor é sofrida, mas ao mesmo tempo bonita. Mas na vida real, será que não daria para minimizar os riscos, menos sofrimentos e mais alegrias? E é isso que eles pretendem fazer. Apenas viver o amor e serem felizes. Mas será que isso é realmente possível? Em determinado momento Ana diz: " Tenho até medo dessa felicidade toda, parece que a gente tá desafiando o mundo. "

Conforme a história avança, vamos vendo toques da ficção entrando na vida real. A saga de Tristão e Isolda acaba servindo como uma analogia com a vida de Pedro a Ana. E isso é o grande charme do filme. Os diálogos são pura poesia, bem teatrais mesmo, ditos com todo o sentimento possível. Todos muito bem orquestrados e encaixados, deixando cada cena, cada conversa memorável. Declarações e mais declarações de amor, uma mais bonita que a outra. E ainda assim, sem perder o foco do que o filme se propõe: falar do amor.
Os atores estão ótimos e inspiradíssimos. O filme consegue emocionar, sem forçar, sem ficar aquela música alta como se nos obrigasse a abrir o berreiro. Ele emociona por si só, naturalmente. E há  bons momentos de comédia, protagonizados pelo elenco de apoio, igualmente inspirados. A trilha sonora produzida por Caetano Veloso casa muito bem com todo o contexto apresentado durante a obra. E ainda sobra um tempo, para fazer uma crítica quanto a mídia, novelas, de como a arte pode ser tão rasa e 'comercial', deixando de lado a proposta original da história em prol de uma maior audiência. Acredito que seja um dos melhores filmes que eu vi relacionados ao amor, pela sua maneira única e lindíssima de tratar de um assunto tão belo e trágico.

A história de Tristão e Isolda está aí desde o Século XII, e até hoje emociona por ter dois protagonistas tão cativantes e apaixonados. Pedro e Ana chegaram agora, mas pode-se dizer que também são apaixonantes.
“Quando a gente faz uma cena de amor termina amando um pouco o outro personagem e quando a gente ama alguém de verdade também representa um pouco (...) E todo o amor é verdade e representação.”

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

▬ 2 Coelhos, 2011

 DireçãoAfonso Poyart
Roteiro: Afonso Poyart
ElencoAlessandra Negrini, Caco Ciocler, Fernando Alves Pinto, Marat Descartes, Neco Vila Lobos, Roberto Marchese, Norival Rizzo, Thogun, Thaíde, Yoram Blaschkauer, Robson Nunes, Aldine Muller.

A morte cria um sentido pra nossa vida. Mais importante que isso, a morte cria um valor especial para o tempo. Se o nosso tempo nessa terra fosse indeterminado, a própria vida perderia o sentido e muito provavelmente estaríamos com a bunda de fora e com uma lança nas mãos. A morte é o agente mais poderoso da natureza, ela vem para levar o velho e abrir espaço para o novo. O nosso esforço para evitá-la e fazer de nossa curta estadia aqui algo minimamente memorável é inútil. Só existe a vida porque existe a morte." As vezes a gente precisa se distanciar do papel, para conseguir enxergar o desenho todo com mais clareza."

Surpreendentemente! Esperava um bom filme de ação, vide o trailer, que era muito bem feito. Só que o longa superou em muito as minhas expectativas.
Um enredo muito bem trabalhado, conciso, cheio de reviravoltas. A premissa era bem simples, Edgar (Fernando Alves Pinto) , o protagonista, arma um plano para conseguir destruir dois dos maiores problemas da sociedade: o crime organizado e a corrupção, que trabalham lado a lado.

Só que o filme vai muito além dessa premissa. A medida que as peças vão se encaixando, e os personagens aparecem, logo vão mostrando sua real importância na trama, e o filme fica cada vez melhor. Nenhum detalhe ou cena é a toa.  Em alguns momentos nota-se influências dos filmes dos diretores Zack Snyder, Guy Ritchie.

O final eu particularmente achei sensacional!

É bom ver que o cinema brasileiro pode produzir filmes de gênero com qualidade, não devendo em nada aos hollywoodianos. É um filme ousado, que não teve medo de arriscar! Contando com boas cenas de ação, bons efeitos especiais, trilha sonora muito bem escolhida, e um bom elenco, boas atuações na medida certa, faz desta obra uma ótima pedida.

Filmaço.

" As vezes a gente precisa se distanciar do papel, para conseguir enxergar o desenho todo com mais clareza."

 - PS: E ainda tem a cena de Júlia ( Alessandra Negrini) na praia, quando a mesma está em introspecção, tentando superar uma crise de pânico, a sequência é curta, uns 40 segundos, mas eu pirei, achei uma cena muito bonita e meio poética, lírica. Simplesmente essa cena não saí da minha cabeça. Vou postar algo sobre isso depois. ( Doido. rs) -


terça-feira, 20 de agosto de 2013

▬ Batman: A Noite das Corujas

Roteiro: Scott Snyder
Arte: Greg Capullo

" Os primeiros integrantes da minha família a habitar a Mansão Wayne foram Solomon e Joshua Wayne. Irmãos. Compraram a casa em 1855. Mas só se mudaram para ela dois anos depois. A razão? Morcegos.
Uma grande infestação de morcegos no sistema  de cavernas embaixo da propriedade. Eles contrataram um especialista da universidade de Gotham e, de acordo com ele, teriam que introduzir um predador em seu meio. Foi o que os Wayne fizeram.
Trouxeram todo tipo de pássaros, de falcões peregrinos até francelhos, e os soltaram em diferentes partes das cavernas. Porém, o predador mais efetivo dos morcegos, era o corujão da virgínia.
Meus ancestrais soltaram corujas nas cavernas, e , em um ano, todos os morcegos se foram.(...)

A primeira saga dos novos 52 envolvendo o Batman e a Bat-Família, "A Noite das Corujas", se mostrou uma grata surpresa ao meu ver. A saga trata de apresentar a Corte das Corujas, que não passava de uma lenda, um folclore de Gotham. Todos acreditavam ser apenas uma história infantil, uma canção de ninar, uma lenda. Depois de investigar um assassinato, o Batman começa a achar pistas que dão a entender que a Corte realmente existe, e que está atacando a cidade. E é a parir daí, que as coisas começam a ficar interessantes.
No começo, Batman reluta em aceitar que a Corte exista, pois ele mesmo afirma que isso é apenas uma lenda ( sendo que ele também, não?), que ele conhece Gotham, afinal é a sua cidade. E devido a esse pensamente cético, é que ele acaba conhecendo a Corte de uma maneira um tanto dolorosa e extrema, vendo o quão real ela é. Logo em seguida, ele passar por um verdadeiro inferno, um labirinto, onde sua mente e corpo são levados ao limite.
Após isso, começamos a ver que a Corte, está em Gotham a muito tempo, e que muitos dos fatos, acontecimentos, naturais da cidade, talvez não fossem tão naturais assim. E isso acaba envolvendo outros personagens como, Dick Grayson, Alfred e o passado da família Wayne.

O roteirista Scott Snyder, teve muito cuidado ao escrever tudo, sempre tendo cautela e muita atenção, pois ele adicionou muitas coisas ao passado de Gotham e do Batman, mas sem fazer tudo que estava feito antes perder o sentido. Ele conseguiu somar de forma concisa, novos elementos ao universo do Morcego. E aliado à isso, a arte de Capullo, veio acompanhando na mesma qualidade.
Um pouco antes do fim da saga, ocorre um crossover entre os títulos da bat-família, e assim, Robin, Capuz vermelho, Batgirl, Mulher-gato, Batwing e Asa Nortuna, acabam por chegar em Gotham para deter a ameça da Corte das Corujas. E diga-se de passagens, são títulos muito interessantes de ler, pois são muito bem escritos. O que eu gostei é que a Corte, tem seus soldados, seus assassinos,chamados de Garras. E em alguns casos são contadas as histórias desses, e você acaba até por simpatizar por alguns, pois tem um que é um assassino louco, outro que tem um código de ética, um que tiraram tudo que ele tinha, um por vingança e assim vai, e como a grande maioria acabou sendo vítima de Gotham.
O final da saga é bom, mas não é brilhante como a saga vinha vindo, mas isso não é um contra e não tira o brilho da saga, é que eu esperava um pouco mais, mas mesmo assim, ela tem um final interessante que deixa uma questão em aberto, que com certeza lá na frente, vai ser aproveitada e vai trazer muita dor de cabeça para o Morcego e seus aliados.

[ A saga foi publicada pela Panini nas revistas: Batman #1 à 11 ( saga principal) e A Sombra do Batman, #1 à 9 (Os extras, principalmente do Asa Noturna) ]
 (...) Meus ancestrais usaram Corujas para matar os Morcegos. Corujas por toda parte. 
Mas eu me esqueci..que... assim que as corujas foram embora...os morcegos..voltaram.
Sim...eu me lembro agora. Os morcegos simplesmente se esconderam nas partes mais profundas das cavernas. Nos lugares mais sombrios, lugares que as corujas não conseguiriam viver.
E quando eles voltaram... trouxeram vingança.


sábado, 17 de agosto de 2013

▬ Amor Pleno - ( To The Wonder, 2012)

Direção: Terrence Malick
Roteiro: Terrence Malick
Elenco: Ben Affleck, Olga Kurylenko, Javier Bardem, Rachel McAdams, Romina Mondello, Charles Baker, Cassidee Vandalia, Darryl Cox.

" Quem inventou o amor? Me explica por favor."
Já indagava a música da Legião Urbana.

Mas então, o que é o amor?
No novo filme de Terrence Malick, o diretor de forma ousada tenta explorar essa dúvida.
Um casal ( Ben Affleck e Olga Kurylenko) que se apaixonam e vivem amor intenso. Perfeito. Mas depois de um certo tempo, aquilo tudo desapareceu. Os motivos? Rotina? Interesse em outras pessoas? Desgaste? Antigos amores? Talvez de tudo um pouco.

O casal, mais precisamente a mulher tenta entender o que se passa. O que é o amor? Se ela está com quem ama, por que por vários momentos, se sente triste?
Paralelo a isso temos um padre ( Javier Bardem), que apesar de pregar palavras de fé e incentivo, vive uma crise existencial, na sua procura pela demonstração do amor de Deus. E suas reflexões acabam fazendo uma analogia com as dúvidas do casal.

As tomadas, as cenas, a trilha sonora são belíssimas e enchem os olhos. O filme é realmente uma poesia. Já que os diálogos são pouquíssimos, a narrativa se desenvolve por si só, sem uma direção obrigatória.

Ele se parece com o trabalho anterior do diretor, ( A Árvore da Vida), onde ele focava uma reflexão pela vida e uma reflexão sobre isso. Aqui, o foco é mais no amor. Não é um filme para todos, infelizmente, devido ao seu formato. Assim muita gente nem ficou até o fim do filme, e foi embora na metade, mas normal, pois no A Árvore da Vida foi assim também.

Mas posso dizer, o filme é uma experiência maravilhosa e apaixonante, se apreciado com a mente aberta.

O filme não conta com um roteiro pronto. Ele não é linear. Ele é totalmente interpretativo para cada um.
O amor não é uma formula, nem um cálculo. O amor é único para cada pessoa.
O amor não é para fazer sentido, e sim ser sentido.
" Você amará, quer você goste ou não."
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